Espirometria em Pará de Minas: Guia Completo
- Dr. Matheus Goebel
- 21 de nov.
- 4 min de leitura
Atualizado: 26 de nov.
Por Dr. Matheus Goebel | Pneumologista (CRM-MG 54546 / RQE 38137/38138)

Se você mora em Pará de Minas ou região e seu médico solicitou uma Espirometria (popularmente conhecida como "Teste do Sopro"), é natural ter dúvidas. Este exame é a pedra angular da pneumologia, essencial para diagnosticar a causa de sintomas como tosse crônica, falta de ar e chiado no peito.
Neste artigo, explico com base nas mais recentes diretrizes internacionais como o exame é realizado, para que serve e como você deve se preparar para realizá-lo com máxima assertividade e precisão aqui na Clínica Acolher.
O que é a Espirometria?
A espirometria é um teste fisiológico que mede como um indivíduo inala ou exala volumes de ar em função do tempo. É o exame padrão-ouro para avaliar a mecânica respiratória e a saúde dos pulmões (1).
Segundo a padronização da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), da American Thoracic Society (ATS) e da European Respiratory Society (ERS), o exame mede principalmente dois parâmetros fundamentais:
Capacidade Vital Forçada (CVF): O volume total de ar que pode ser expirado forçadamente após uma inspiração máxima.
Volume Expiratório Forçado no primeiro segundo (VEF1): A quantidade de ar soprada no primeiro segundo da manobra (1).
Esses dados permitem ao médico classificar se o funcionamento do pulmão está normal ou se apresenta distúrbios Obstrutivos (como na asma ou enfisema) ou Restritivos (como na fibrose pulmonar).
Para que serve o exame? (Indicações)
De acordo com as Diretrizes Brasileiras de Função Pulmonar da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), a espirometria é indicada para (2):
Diagnóstico: Investigar sintomas respiratórios (tosse, dispneia, sibilância), diagnosticar Asma, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e outras patologias.
Monitoramento: Avaliar a progressão de doenças pulmonares e a eficácia de tratamentos (saber se a "bombinha" está funcionando).
Saúde Ocupacional: Avaliar trabalhadores expostos a poeiras ou produtos químicos.
Avaliação Pré-operatória: Avaliar o risco cirúrgico em procedimentos de grande porte (torácicos ou abdominais).
Saúde Pública: Rastreamento de tabagistas para detecção precoce de DPOC (3).
Como o exame é realizado?
O procedimento é indolor, não invasivo e dura cerca de 20 a 30 minutos. Seguimos rigorosamente os critérios de aceitabilidade e reprodutibilidade das Diretrizes Brasileiras de Função Pulmonar da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) mais recente:
Preparo: Você ficará sentado confortavelmente. Um clipe nasal macio é colocado para garantir que o ar saia apenas pela boca.
A Manobra: Você respirará através de um bocal com filtro antibacteriano/viral de alta eficiência. O técnico especializado irá orientá-lo a "encher o peito" completamente e, em seguida, soprar o mais forte e rápido possível, mantendo o sopro por pelo menos 6 segundos.
Repetição: A manobra é repetida algumas vezes (geralmente 3) para garantir a consistência dos dados.
Prova Broncodilatadora: Após a primeira fase, pode ser administrado um medicamento broncodilatador (spray). Aguardamos 15 minutos e repetimos o sopro para verificar se houve melhora na função pulmonar (reversibilidade), o que é um marcador importante para o diagnóstico de Asma (4).
O Preparo: O que você precisa saber
Para garantir que os resultados do seu exame em Pará de Minas sejam precisos, é necessário seguir algumas orientações prévias. O consumo de certas substâncias pode alterar o tônus broncomotor e mascarar o resultado (2, 5):
Cigarro: Não fumar por pelo menos 2 horas antes do exame.
Café e Álcool: Evitar café, chás estimulantes e álcool nas 4 a 6 horas anteriores.
Refeições: Evitar refeições volumosas 1 hora antes (o estômago cheio dificulta a expansão do diafragma).
Roupas: Use roupas confortáveis que não apertem o tórax ou abdome.
Suspensão de Medicamentos (Broncodilatadores)
Se você já usa "bombinhas", elas podem precisar ser suspensas temporariamente para o exame, salvo orientação médica contrária. Segundo os guidelines usuais (2, 5):
Ação Curta (ex: Salbutamol, Fenoterol/Berotec): suspender 4 a 6 horas antes.
Ação Longa (ex: Formoterol, Salmeterol): suspender 12 a 24 horas antes.
Tiotrópio/Umeclidínio: suspender 24 a 48 horas antes.
Nota: Se necessário, consulte a secretária no momento do agendamento para instruções específicas sobre seus medicamentos.
Contraindicações
A espirometria é extremamente segura. No entanto, como exige um esforço expiratório máximo (aumento da pressão intratorácica e intra-abdominal), ela deve ser evitada em situações recentes como (6):
Infarto do miocárdio recente (última semana);
Cirurgia ocular recente (ex: catarata) ou descolamento de retina;
Cirurgia torácica ou abdominal recente;
Angina instável.
Onde fazer Espirometria em Pará de Minas?
A precisão do laudo da espirometria depende diretamente da qualidade do equipamento e da qualificação do profissional que interpreta os gráficos.
Na Clínica Acolher, utilizamos espirômetro digital de última geração, calibrados diariamente conforme as normas internacionais, garantindo a confiabilidade técnica necessária para o seu diagnóstico.
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Referências Bibliográficas
Graham BL, Steenbruggen I, Miller MR, et al. Standardization of Spirometry 2019 Update. An Official American Thoracic Society and European Respiratory Society Technical Statement. Am J Respir Crit Care Med. 2019;200(8):e70-e88. doi:10.1164/rccm.201908-1590ST
Pereira CAC, et al. Diretrizes para Testes de Função Pulmonar. J Bras Pneumol. 2002;28(Supl 3):S1-S238.
Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD). Global Strategy for the Diagnosis, Management, and Prevention of Chronic Obstructive Lung Disease. 2025 Report. Available from: https://goldcopd.org
Global Initiative for Asthma (GINA). Global Strategy for Asthma Management and Prevention. 2025 Update. Available from: https://ginasthma.org
Pellegrino R, Viegi G, Brusasco V, et al. Interpretative strategies for lung function tests. Eur Respir J. 2005;26(5):948-968. doi:10.1183/09031936.05.00035205
Cooper BG. An update on contraindications for lung function testing. Thorax. 2011;66(8):714-723. doi:10.1136/thx.2010.139881









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